Dermatologia Capilar / Tricologia

A Tricologia é a especialidade da dermatologia que se dedica ao estudo e tratamento dos cabelos e do couro cabeludo. O termo "tricologia" deriva da palavra grega "thrix", que significa cabelo. Estudar o ciclo capilar, a estrutura, crescimento e saúde dos cabelos, bem como as condições e doenças que podem afetar o couro cabeludo e os folículos pilosos. Com base no diagnóstico, posso recomendar tratamentos dermatológicos, terapias capilares, cuidados específicos e até mesmo intervenções cirúrgicas, quando necessário.

A alopecia androgenética masculina, também conhecida como calvície masculina, é uma forma comum de perda de cabelo que afeta os homens. É caracterizada pela diminuição progressiva e gradual dos cabelos na área frontal e no topo da cabeça.

A causa da alopecia androgenética masculina é multifatorial e está relacionada principalmente à influência de hormônios sexuais masculinos, especialmente a dihidrotestosterona (DHT), nos folículos capilares. Essa sensibilidade aos hormônios masculinos é determinada geneticamente, o que significa que a predisposição para a calvície masculina pode ser transmitida de geração para geração, mas também pode pular gerações.

Os sintomas da alopecia androgenética masculina incluem afinamento gradual dos fios de cabelos, recuo da linha do cabelo na testa (entradas) e formação de uma “coroa” ou “careca” no topo da cabeça. Com o tempo, essas áreas calvas podem se unir, resultando em uma perda de cabelo mais extensa.

Embora a alopecia androgenética masculina seja uma condição natural e não represente um risco para a saúde, ela pode causar impacto emocional negativo e afetar a autoestima e a confiança de alguns homens. 

A perda de cabelo pode ter um impacto significativo na autoestima e na imagem corporal de uma pessoa, independentemente do gênero. No entanto, existem algumas razões pelas quais alguns homens podem demorar a perceber ou admitir que a calvície está afetando sua autoestima. Alguns fatores que podem contribuir para isso incluem:

  1. Expectativas culturais e sociais: Em muitas culturas, o cabelo é considerado um símbolo de juventude, beleza e virilidade masculina. Homens podem sentir pressão para manter uma aparência jovem e atlética, o que pode dificultar admitir a perda de cabelo e os sentimentos associados a ela.
  2. Estigma em torno da calvície: A calvície ainda é frequentemente associada a um sinal de envelhecimento ou perda de atratividade. Alguns homens podem se sentir constrangidos ou estigmatizados pela perda de cabelo, o que pode levar a uma relutância em reconhecer ou expressar seus sentimentos em relação a isso.
  3. Aceitação gradual da mudança: A perda de cabelo muitas vezes ocorre de forma gradual ao longo do tempo, o que pode permitir que os homens se acostumem gradualmente com a nova aparência. Eles podem não perceber imediatamente o impacto emocional que a perda de cabelo está tendo sobre eles até que seja mais evidente ou até que outros fatores externos, como comentários ou interações sociais, os façam conscientes disso.
  4. Fatores psicológicos e individuais: Cada pessoa lida de maneira diferente com a perda de cabelo e tem uma percepção única de sua própria aparência. Alguns homens podem ser mais afetados pela calvície do que outros, dependendo de sua personalidade, autoimagem e valores pessoais.

É importante lembrar que a reação à perda de cabelo é altamente individual e pode variar de pessoa para pessoa. O mais importante é respeitar e apoiar as preocupações de cada indivíduo e oferecer opções de tratamento e suporte emocional, caso desejem abordar a perda de cabelo e seus impactos na autoestima.

Existem várias opções de tratamento disponíveis para a alopecia androgenética masculina, incluindo medicamentos tópicos e orais, procedimentos de restauração capilar, como transplante de cabelo, e terapias a laser.

Baseado na informação de que a calvície é genética e invariavelmente todo homem em algum momento da vida terá alguma perda de cabelo relacionado a calvície, o tratamento clínico e com procedimentos visa bloquear a sensibilidade ao DHT, tentando travar o afinamento e a perda de lenta e gradativa de cabelos. Os medicamentos utilizados para tratamento da calvície não são 100% efetivos, por isso na maioria dos casos há necessidade de tratamentos adjuvantes como MMP (microinfusão de medicamentos na pele), laser, intradermoterapia, microagulhamento com drug delivery, laser de baixa intensidade (LED).

Os melhores candidatos a transplante capilar são pacientes que já venham fazendo o tratamento clínico e/ou com procedimentos dermatológicos em consulta, que tenham a alopecia androgenética o mais estável possível (sem ou com pouca progressão) (visto com tricoscopia digital ou acompanhamento com consultas).  E que tenham compreensão do processo evolutivo da calvície. Visto que o transplante por si só não fará com que o cabelo adjacente não tenha ação genética de perda pela calvície, mas sim o medicamento.

O transplante capilar é tipo como um tratamento cosmético. Realocando folículos de uma área onde normalmente não há ação genética (mas nem sempre, existem homens com ação genética na área doadora!!) para uma área de perda maior.

A alopecia androgenética feminina é uma forma comum de perda de cabelo que afeta as mulheres. É caracterizada pela redução progressiva e difusa dos cabelos na parte superior da cabeça, geralmente poupando a linha frontal do cabelo. É também conhecida como calvície feminina.  É uma condição crônica e o tratamento pode ser necessário a longo prazo para manter os resultados alcançados.

Assim como na alopecia androgenética masculina, a causa da alopecia androgenética feminina está relacionada à influência de hormônios sexuais, especialmente a dihidrotestosterona (DHT), nos folículos pilosos. No entanto, a alopecia androgenética feminina é mais complexa e pode ser influenciada por vários fatores, incluindo alterações hormonais, predisposição genética e fatores ambientais.

A alopecia androgenética feminina pode começar em qualquer idade após a puberdade, embora seja mais comum em mulheres na faixa dos 35 anos ou mais. A progressão e a gravidade da perda de cabelo podem variar de uma pessoa para outra.

Os sintomas da alopecia androgenética feminina incluem afinamento gradual dos cabelos na região do topo da cabeça, perda de volume capilar, aumento da visibilidade do couro cabeludo e diminuição do diâmetro dos fios. Ao contrário dos homens, as mulheres geralmente não apresentam recuo da linha frontal do cabelo ou formação de uma “coroa” calva.

A alopecia androgenética feminina pode ter um impacto significativo na autoestima e na qualidade de vida das mulheres afetadas. É importante destacar que existem opções de tratamento disponíveis para ajudar a retardar a progressão da perda de cabelo, estimular o crescimento capilar e melhorar a aparência estética. O diagnóstico de calvície em mulheres pode ter um impacto significativo na autoestima e na qualidade de vida. O cabelo é frequentemente considerado uma parte importante da identidade feminina, e a perda capilar pode afetar a autoimagem e a confiança de uma mulher. Algumas mulheres podem sentir-se envergonhadas, constrangidas ou ansiosas com a perda de cabelo, especialmente se ela ocorrer de maneira visível ou perceptível.

A perda de cabelo pode afetar a imagem corporal de uma mulher, levando a sentimentos de inadequação, baixa autoestima e diminuição da autoconfiança. Pode afetar a forma como ela se vê e como se relaciona com os outros. Mulheres com calvície podem evitar situações sociais, eventos ou atividades em que se sintam expostas ou constrangidas. Além disso, a perda de cabelo pode causar ansiedade, estresse e até mesmo depressão em algumas mulheres. É importante reconhecer que cada pessoa reage de maneira diferente à perda de cabelo e que os sentimentos associados à calvície podem variar amplamente. Algumas mulheres podem encontrar força e aceitação em sua aparência, enquanto outras podem buscar opções de tratamento para restaurar o crescimento capilar ou melhorar a aparência estética. É fundamental oferecer suporte emocional e encorajamento às mulheres que enfrentam a calvície, isso eu foco muito em consulta. Isso pode envolver conversas abertas sobre suas preocupações e sentimentos, fornecer informações sobre opções de tratamento disponíveis, encorajar a busca de apoio profissional de saúde mental (como psicólogo e/ou psiquiatra), e promover a aceitação da diversidade de aparências e beleza.

É importante lembrar que a calvície não define a beleza ou o valor de uma mulher, e existem muitas maneiras de abraçar e celebrar a individualidade e a autoestima. A busca de apoio e a adoção de uma perspectiva positiva podem ajudar as mulheres a lidar com os desafios emocionais associados à perda de cabelo e a desenvolver uma imagem corporal saudável e confiante.

O acompanhamento do tratamento da alopecia androgenética feminina é importante para avaliar a eficácia das intervenções adotadas e fazer ajustes conforme necessário (visto que nenhum tratamento é 100% efetivo em bloquear a queda ou engrossar os fios). Aqui estão algumas diretrizes para acompanhar o tratamento que realizo na minha prática:

  1. Consultas regulares: a frequência dessas visitas dependerá do plano de tratamento específico e das necessidades individuais. Geralmente, as visitas de acompanhamento podem ocorrer a cada 3 a 6 meses, mas isso pode variar de caso para caso.
  2. Avaliação do progresso: durante as consultas de acompanhamento, examino, tiro fotos por tricoscopia e comparo com as fotos das consultas anteriores. Além da percepção subjetiva existe essa avaliação objetiva, que é muito importante para termos bons resultados – seja para ajuste de dose de medicamento ou iniciar/parar algum protocolo de procedimento capilar.
  3. Ajustes no tratamento: com base na avaliação do progresso, podemos ter que ajustar novas opções terapêuticas, a alteração da dosagem de medicamentos, a combinação de diferentes abordagens ou a revisão de hábitos de cuidados capilares.
  4. Educação contínua: Durante as visitas de acompanhamento, é importante discutir quaisquer dúvidas ou preocupações relacionadas ao tratamento. Costumo fornecer informações atualizadas sobre novos desenvolvimentos no campo da alopecia androgenética feminina, oferecer orientações sobre cuidados capilares adequados e fornecer suporte emocional.

O tratamento da alopecia androgenética feminina visa retardar a progressão da queda de cabelo, estimular o crescimento capilar e melhorar a aparência estética. Aqui estão algumas opções de tratamento comumente utilizadas:

  1. Medicamentos tópicos: Minoxidil é o medicamento tópico mais comumente usado, ele é aplicado diretamente no couro cabeludo e ajuda a estimular o crescimento capilar e a prolongar a fase de crescimento do cabelo. O minoxidil está disponível em diferentes concentrações e geralmente é aplicado uma ou duas vezes ao dia.
  2. Medicamentos sistêmicos: finasterida é um medicamento oral que pode ajudar a retardar a progressão da queda de cabelo. No entanto, o uso de finasterida em mulheres existem algumas recomendações e no Brasil o uso é off-label, requer avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios.
  3. Terapia a laser de baixa potência: envolve a aplicação de luz de baixa intensidade no couro cabeludo para estimular o crescimento capilar. Essa terapia pode ser realizada em casa (menor quantidade de luzes) ou na clínica.
  4. Transplante capilar: Em casos avançados, o transplante capilar pode ser considerado. Nesse procedimento, folículos capilares saudáveis são transplantados para as áreas afetadas do couro cabeludo.
  5. Prótese capilar: casos que não são candidatas ao transplante capilar, as próteses capilares podem ser uma opção. Essas próteses são feitas sob medida para se adequarem ao couro cabeludo e são fixadas de forma segura para proporcionar uma aparência natural.

É importante ressaltar que cada caso de AAF é único, e o tratamento deve ser personalizado com base nas necessidades individuais da paciente.

A alopecia areata é uma condição médica em que ocorre a perda de cabelo em áreas específicas do corpo, geralmente no couro cabeludo, mas também pode afetar outras regiões com pelos, como sobrancelhas, cílios, barba ou pêlos pubianos. Essa forma de alopecia é considerada uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico do corpo ataca erroneamente os folículos pilosos, levando à interrupção do crescimento do cabelo.

Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em crianças e adultos jovens. A perda de cabelo pode ocorrer repentinamente e de forma irregular, resultando em áreas circulares ou ovais sem cabelo no couro cabeludo. Em alguns casos, a perda de cabelo pode ser mais extensa, afetando grandes áreas do couro cabeludo ou até mesmo todo o corpo, o que é conhecido como alopecia total ou universal.

As causas exatas da alopecia areata ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que haja uma combinação de fatores genéticos e ambientais que contribuem para o seu desenvolvimento. 

A queda de cabelo causada pela alopecia areata pode ter um impacto significativo na saúde emocional e psicológica das pessoas afetadas. O cabelo desempenha um papel importante na aparência e na autoimagem de uma pessoa, e a perda repentina e imprevisível de cabelo pode causar angústia e afetar a autoestima. 

  1. Baixa autoestima: A perda de cabelo pode afetar negativamente a autoestima e a confiança de uma pessoa. Ela pode se sentir menos atraente e ter dificuldade em aceitar sua aparência alterada.
  2. Ansiedade e estresse: A alopecia areata pode causar ansiedade e estresse significativos, pois a pessoa pode se preocupar com a progressão da doença, o surgimento de novas áreas de queda de cabelo ou a reação das outras pessoas.
  3. Constrangimento e vergonha: Muitas pessoas com alopecia areata podem se sentir constrangidas e envergonhadas com a perda de cabelo visível, especialmente quando ocorre nas áreas mais visíveis, como o couro cabeludo.
  4. Isolamento social: O impacto psicológico da alopecia areata pode levar ao isolamento social. A pessoa pode evitar interações sociais, eventos ou situações em que sua condição capilar seja mais evidente, o que pode levar à perda de conexões sociais e diminuição da qualidade de vida.
  5. Depressão: A perda de cabelo significativa pode desencadear sentimentos de tristeza, desesperança e depressão em algumas pessoas. Esses sentimentos podem ser agravados pelo estigma social associado à calvície e à falta de compreensão das pessoas sobre a alopecia areata.

É essencial que as pessoas afetadas pela alopecia areata recebam apoio emocional e psicológico adequado. Considerar a terapia de apoio, grupos de suporte ou aconselhamento psicológico pode ajudar a lidar com o impacto emocional da condição. É importante também buscar o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde para enfrentar os desafios emocionais e desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis. O tratamento vai além de medicamento para a condição.

Atualmente, não há cura definitiva para a alopecia areata, mas existem opções de tratamento disponíveis para ajudar a diminuir os efeitos da autoimunidade local que faz com que haja crescimento do cabelo. Isso pode incluir o uso de medicamentos tópicos, injeções de corticoides no couro cabeludo, medicamentos imunossupressores ou imunomoduladores. Um dos medicamentos mais animadores são os inibidores da JAK (Janus kinase) que atuam inibindo as enzimas JAK, que estão envolvidas na sinalização de citocinas inflamatórias de doenças inflamatórias, incluindo a da alopecia areata. Dentre os inibidores da JAK cito o tofacitinibe, baricitinibe e o ruxolitinibe – aqui no Brasil ainda não temos liberação para uso on-label de nenhum desses medicamentos para essa condição, mas o FDA já liberou para uso o baricitinibe.

É importante consultar para melhores desfechos em cada caso. 

O eflúvio telógeno é representada clinicamente por uma crise de queda de cabelos; nessa condição ocorre uma interrupção temporária do ciclo de crescimento do cabelo. O cabelo passa por diferentes fases de crescimento, incluindo a fase anágena (fase de crescimento ativo), a fase catágena (fase de transição) e a fase telógena (fase de repouso). Durante a fase telógena, os fios de cabelo estão no folículo, mas não estão crescendo ativamente.

No eflúvio telógeno, um grande número de fios de cabelo entra prematuramente na fase telógena e cai, resultando em uma diminuição na densidade capilar. 

A condição geralmente se desenvolve algumas semanas a meses após um evento desencadeante, como parto, infecções (COVID-19, febre maculosa), cirurgia, estresse intenso, doença grave, deficiências nutricionais, uso de medicamentos, doenças febris (dengue), entre outros.

Embora seja normal perder cerca de 50 a 100 fios de cabelo por dia, no eflúvio telógeno, a queda de cabelo pode ser mais intensa, com perda de cabelo perceptível ao pentear, lavar ou pentear o cabelo. No entanto, é importante ressaltar que o eflúvio telógeno é geralmente reversível e o cabelo tende a se recuperar completamente após a resolução da causa subjacente.

O diagnóstico do eflúvio telógeno é feito com base na história clínica, exame clínico-dermatoscópico (tricoscopia) do couro cabeludo e, em alguns casos, exames laboratoriais para descartar outras condições. 

O eflúvio telógeno pode ser classificado em duas formas distintas: agudo e crônico. Essas categorias se referem à duração e persistência da condição.

O eflúvio telógeno agudo é caracterizado por uma queda repentina e intensa dos fios de cabelo em um curto período de tempo. Geralmente, é desencadeado por um evento agudo, como parto, cirurgia, doença grave, estresse intenso ou mudança significativa na saúde ou estilo de vida. A perda de cabelo ocorre em grande quantidade, e é comum a pessoa notar uma diminuição na densidade capilar e encontrar fios de cabelo em travesseiros, roupas, escovas, etc. O eflúvio telógeno agudo pode durar de alguns meses a até um ano, mas geralmente é reversível e o cabelo tende a se recuperar completamente.

Já o eflúvio telógeno crônico é uma forma persistente da condição, em que a queda excessiva de cabelo continua por um período mais longo, geralmente além de seis meses. Nesse caso, o cabelo pode estar em constante fase de repouso (telógena) e queda, resultando em uma redução contínua na densidade capilar. O eflúvio telógeno crônico pode estar associado a fatores como desequilíbrios hormonais, deficiências nutricionais, doenças crônicas ou outros problemas de saúde subjacentes. O tratamento do eflúvio telógeno crônico envolve identificar e tratar a causa subjacente, além de medidas para promover o crescimento capilar.

O tratamento envolve identificar e tratar a causa subjacente, se possível. Em muitos casos, o cabelo volta a crescer normalmente dentro de alguns meses, mas pode levar até um ano para a recuperação completa. Em casos persistentes ou com causa desconhecida, podemos ter opções adicionais de tratamento para promover o crescimento capilar. Pode ser necessário uso de minoxidil tópico ou oral, aplicação de medicamentos no couro cabeludo por laser, terapia a laser de baixa intensidade.

A alopecia por tração é um tipo de perda de cabelo que ocorre devido à tração constante ou tensão excessiva nos folículos pilosos. É causada pelo uso frequente de penteados que exercem força excessiva sobre os cabelos, como tranças apertadas, rabos de cavalo tensionados, coques apertados, extensões capilares pesadas, entre outros.

A tração constante e repetida pode danificar os folículos capilares, resultando em enfraquecimento dos cabelos e eventual queda. A alopecia por tração é mais comumente observada nas áreas onde a tração é aplicada com mais intensidade, como ao redor da linha do cabelo, nas laterais da cabeça ou na parte de trás.

Além do estresse físico nos folículos capilares, a alopecia por tração também pode estar associada a irritação do couro cabeludo, inflamação e cicatrizes nos folículos pilosos. Isso pode levar a uma perda de cabelo permanente se o uso de penteados tensionados continuar por um longo período.

A melhor abordagem para o tratamento da alopecia por tração é evitar a tração excessiva nos cabelos, evitando penteados que puxem os fios com muita força. Permitir que o cabelo descanse e evitar o uso de extensões capilares pesadas ou constantes manipulações dos cabelos pode ajudar a prevenir a progressão da condição. Alguns casos pode ser necessário medicamentos tópicos ou orais para promover o crescimento capilar ou realizar outros tratamentos, como injeções de corticosteróides no couro cabeludo.

A alopecia fibrosante frontal, é um tipo de alopecia cicatricial que afeta principalmente as mulheres na área frontal do couro cabeludo. É caracterizada pela perda gradual de cabelo na linha frontal do cabelo, sobrancelhas e, às vezes, nas têmporas. A condição recebe o nome de “fibrosante” devido à formação de tecido fibroso cicatricial que substitui os folículos capilares saudáveis.

A causa da alopecia fibrosante frontal ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que fatores hormonais, autoimunidade e predisposição genética desempenhem um papel importante. Acredita-se que o sistema imunológico ataque os folículos capilares, causando inflamação e cicatrização progressiva.

Os sintomas da alopecia fibrosante frontal incluem a retirada gradual da linha frontal do cabelo, geralmente semelhante à forma de uma “reentrância”, além de coceira, vermelhidão e sensibilidade no couro cabeludo. À medida que a condição progride, pode ocorrer perda de cabelo nas sobrancelhas, e a linha de cabelo pode se retrair ainda mais.

Infelizmente, a alopecia fibrosante frontal é uma condição permanente e progressiva. O objetivo principal do tratamento é interromper a progressão da perda de cabelo e aliviar os sintomas. O tratamento pode incluir o uso de medicamentos anti-inflamatórios, como corticosteroides tópicos ou injetáveis, medicamentos imunossupressores, como hidroxicloroquina, e outras terapias para reduzir a inflamação e a atividade imunológica no couro cabeludo.

É importante obter um diagnóstico correto e um plano de tratamento adequado para a alopecia fibrosante frontal, pois cada caso pode requerer uma abordagem personalizada.

Fibrosing Alopecia with Pattern Distribution (FAPD)  é uma condição rara (mas com aumento expressivo na quantidade de diagnósticos) de perda de cabelo. É caracterizada pela perda gradual e progressiva de cabelo na área frontal, temporal e parietal do couro cabeludo, resultando em uma aparência de afinamento difuso. A condição é acompanhada por inflamação e fibrose (cicatrização) dos folículos capilares, o que leva à destruição dos folículos e à perda permanente do cabelo.

Os sintomas da FAPD incluem uma linha frontal do cabelo em recuo, rarefação capilar na área superior do couro cabeludo e pode ter uma sensação de aperto ou desconforto no couro cabeludo. A condição pode ser associada a coceira, vermelhidão e descamação.

Embora a causa exata da FAPD ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que fatores genéticos, hormonais e autoimunes desempenhem um papel. A condição é considerada uma forma de alopecia cicatricial, pois envolve a formação de tecido fibroso cicatricial nos folículos capilares. Apresenta semelhança com alopecia androgenética e também com líquen plano pilar.

Não há cura conhecida para a FAPD, e o tratamento visa principalmente interromper a progressão da perda de cabelo e aliviar os sintomas. As opções de tratamento podem incluir o uso de corticosteroides tópicos ou injetáveis para reduzir a inflamação, medicamentos imunossupressores para controlar a resposta autoimune e outros medicamentos que possam ajudar a retardar a progressão da doença.

Devido à natureza complexa da FAPD, é fundamental procurar a orientação para obter um diagnóstico correto e um plano de tratamento adequado.

O líquen plano pilar é uma forma específica de líquen plano que afeta os folículos pilosos, resultando em inflamação e cicatrização dos mesmos. É uma condição crônica que pode levar à perda de cabelo permanente.

No líquen plano pilar, ocorre uma reação imunológica levando a inflamação, destruição dos folículos e substituição por tecido cicatricial (cicatrização). À medida que a cicatrização se acumula nos folículos, o cabelo deixa de crescer e ocorre a perda permanente dos fios.

Os sintomas do líquen plano pilar podem variar, mas geralmente incluem áreas de perda de cabelo que podem ser lisas, com aspecto de “cicatriz”, e podem ser acompanhadas por coceira, dor ou sensibilidade no couro cabeludo. O diagnóstico do líquen plano pilar é realizado por meio de uma avaliação tricoscópica e muitas vezes com a realização de uma biópsia da pele afetada.

 

Infelizmente, não há cura conhecida para o líquen plano pilar, mas existem opções de tratamento que podem ajudar a controlar os sintomas e reduzir a progressão da doença. O tratamento pode incluir o uso de corticosteroides tópicos ou injetáveis, medicamentos imunossupressores, como corticosteroides orais, retinoides e outras terapias anti-inflamatórias como a hidroxicloroquina. O tratamento pode ser individualizado para cada paciente, dependendo da gravidade dos sintomas e da resposta ao tratamento.

A micose do couro cabeludo, também conhecida como tinea capitis, é uma infecção fúngica que afeta o couro cabeludo e os folículos pilosos. É mais comum em crianças, embora também possa afetar adultos.

A infecção é causada por diferentes tipos de fungos, sendo os mais comuns os do gênero Trichophyton e Microsporum. Esses fungos podem ser transmitidos por contato direto com uma pessoa infectada, compartilhamento de objetos pessoais contaminados, como pentes, escovas, chapéus, bonés, fronhas ou contato com animais infectados, especialmente gatos.

Os sintomas da micose do couro cabeludo podem variar, mas geralmente incluem:

  1. Coceira intensa no couro cabeludo.
  2. Escamas ou caspa que podem ser brancas, cinzas ou amareladas.
  3. Áreas de inflamação e vermelhidão no couro cabeludo.
  4. Queda de cabelo em áreas afetadas, deixando falhas no cabelo.

Em alguns casos, a infecção pode levar à formação de lesões dolorosas, nódulos ou abscessos no couro cabeludo. A micose do couro cabeludo pode se espalhar para outras áreas do corpo, como o rosto, pescoço ou área da barba em homens.

O tratamento da micose do couro cabeludo geralmente envolve o uso de medicamentos antifúngicos, como cremes, loções, xampus ou comprimidos orais, dependendo da gravidade da infecção. É importante seguir as orientações do médico e completar o curso completo do tratamento para garantir a eliminação eficaz do fungo.

Além disso, é fundamental adotar medidas de prevenção, como evitar o compartilhamento de objetos pessoais, manter a higiene adequada do couro cabeludo e evitar o contato com animais infectados, se conhecidos.

Também conhecida como caspa, é uma condição comum da pele que causa inflamação e descamação e que não é contagiosa e também não é causada por falta de higiene. É caracterizada por manchas vermelhas ou erupções cutâneas oleosas e escamosas, geralmente ocorrendo no couro cabeludo, rosto, sobrancelhas, orelhas e região central do peito. Os sintomas da dermatite seborreica podem variar, mas geralmente incluem descamação, coceira, vermelhidão e sensação de queimação na pele afetada. No couro cabeludo, pode haver descamação abundante semelhante à caspa.

O que causa a dermatite seborreica? Acredita-se que a combinação de fatores genéticos, resposta inflamatória anormal e uma levedura chamada Malassezia (tipo de fungo), que normalmente habita na pele, desempenham um papel na sua ocorrência.

Quais são os fatores que podem piorar o desenvolvimento da caspa? A produção excessiva de sebo (óleo natural da pele) pode levar ao acúmulo de sebo na pele, criando um ambiente favorável para o crescimento da levedura Malassezia. A levedura Malassezia está naturalmente presente na pele, mas em pessoas com dermatite seborreica, a resposta imunológica a essa levedura pode ser exagerada, resultando em inflamação e descamação.

Desequilíbrios hormonais podem desempenhar um papel na dermatite seborreica, pois a condição é mais comum em adolescentes, adultos jovens e pessoas com níveis mais altos de certos hormônios. Condições climáticas adversas, como clima frio e seco, podem agravar a dermatite seborreica.

Qual o tratamento para a dermatite seborreica? O tratamento pode ajudar a controlar os sintomas. Isso pode envolver o uso de shampoos e produtos tópicos contendo ingredientes ativos, como piritionato de zinco, sulfeto de selênio, cetoconazol, ácido salicílico ou alcatrão. Em casos mais graves, medicamentos orais ou tratamentos adicionais, dependendo da gravidade da condição. Importante ressaltar que o tratamento é um conjunto de ações e que exige tratamento de continuidade para previnir surgimento de novas lesões, a depender de cada caso pode ser xampu, tônicos ou até medicamentos via oral.

A psoríase do couro cabeludo é uma variante da psoríase em placas. É caracterizada pela formação de placas avermelhadas e descamativas no couro cabeludo, que podem causar desconforto e coceira.

Os sintomas da psoríase do couro cabeludo podem variar, mas geralmente incluem:

  1. Placas espessas e vermelhas que podem estar cobertas por escamas prateadas ou brancas.
  2. Coceira intensa no couro cabeludo.
  3. Descamação da pele que pode ser confundida com caspa.
  4. Sensação de aperto ou dor na área afetada.
  5. Queda de cabelo leve nas áreas com lesões.

A psoríase do couro cabeludo pode ser uma condição crônica, com períodos de melhora e piora dos sintomas. Pode afetar apenas uma pequena área do couro cabeludo ou se espalhar por toda a superfície.

O tratamento da psoríase do couro cabeludo pode incluir:

  1. Xampus medicamentosos contendo ingredientes ativos como alcatrão, ácido salicílico, cetoconazol ou corticosteroides.
  2. Loções, cremes ou géis com corticosteroides para aplicação no couro cabeludo.
  3. Terapia de luz (fototerapia) utilizando luz ultravioleta para reduzir a inflamação.
  4. Medicamentos sistêmicos, como retinoides orais ou medicamentos imunossupressores, ou imunobiológicos.

A dermatite de contato no couro cabeludo é uma reação inflamatória que ocorre quando a pele do couro cabeludo entra em contato com substâncias irritantes ou alérgenos. Essa condição pode causar sintomas como coceira intensa, vermelhidão, descamação e irritação na área afetada.

Existem dois tipos principais de dermatite de contato no couro cabeludo:

  1. Dermatite de contato irritativa: ocorre quando a pele do couro cabeludo é exposta a substâncias irritantes, como produtos químicos agressivos, tinturas capilares, alisantes, shampoos ou sabonetes muito ácidos. A exposição repetida ou prolongada a essas substâncias pode levar à irritação da pele e ao desenvolvimento da dermatite de contato.
  2. Dermatite de contato alérgica: ocorre quando a pele do couro cabeludo é sensibilizada a uma substância específica e desencadeia uma reação alérgica. Alguns alérgenos comuns incluem corantes capilares, fragrâncias, conservantes ou outras substâncias presentes em produtos para os cabelos. A dermatite de contato alérgica pode se desenvolver após uma exposição prévia à substância, e mesmo pequenas quantidades podem causar uma reação.

Para tratar a dermatite de contato no couro cabeludo, é importante identificar e evitar o contato com a substância irritante ou alérgica responsável pela reação. Além disso, podem ser recomendados o uso de shampoos suaves e medicamentos tópicos contendo corticosteroides para aliviar a inflamação e a coceira. Em casos mais graves, podem ser prescritos medicamentos orais ou injetáveis.

A tricotilomania é um transtorno psicológico caracterizado pela compulsão de arrancar os próprios cabelos, resultando em perda de cabelo visível. É considerada um transtorno do controle dos impulsos e está relacionada a uma resposta inadequada ao estresse, ansiedade ou outras emoções negativas.

As pessoas com tricotilomania geralmente arrancam o cabelo do couro cabeludo, mas também podem arrancar pelos de outras áreas do corpo, como sobrancelhas, cílios, barba ou pelos pubianos. Esse comportamento de arrancar os cabelos pode ser repetitivo e difícil de controlar, causando uma sensação de alívio ou prazer temporário.

A tricotilomania pode levar a áreas de perda de cabelo irregular e danificar os folículos capilares, resultando em cabelos quebradiços e com textura irregular. Além disso, a pessoa pode sentir vergonha, culpa e constrangimento devido à aparência do cabelo.

O tratamento da tricotilomania geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que inclui terapia cognitivo-comportamental (TCC) e, em alguns casos, o uso de medicamentos. A TCC pode ajudar a identificar os gatilhos emocionais e desenvolver estratégias para controlar o impulso de arrancar os cabelos. Os medicamentos, como antidepressivos, podem ser prescritos para tratar sintomas de ansiedade e ajudar a reduzir o comportamento de arrancar os cabelos.

É importante procurar ajuda do dermatologista e de um profissional da saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra.



A oleosidade no couro cabeludo refere-se ao acúmulo excessivo de óleo ou sebo produzido pelas glândulas sebáceas presentes na pele do couro cabeludo. É uma condição comum e pode variar de pessoa para pessoa, com algumas pessoas produzindo mais óleo do que outras.

As glândulas sebáceas produzem óleo naturalmente para lubrificar e proteger o cabelo e o couro cabeludo. No entanto, quando há um desequilíbrio na produção de óleo, pode ocorrer uma superprodução, resultando em oleosidade excessiva.

A oleosidade no couro cabeludo pode ter várias causas, incluindo fatores genéticos, alterações hormonais, estresse, clima quente e úmido, uso excessivo de produtos capilares, má alimentação e condições médicas subjacentes, como desequilíbrios hormonais ou distúrbios da glândula sebácea.

Os principais sintomas da oleosidade no couro cabeludo incluem o aspecto gorduroso ou sujo do cabelo mesmo após lavagem recente, coceira, descamação e sensação de cabelo pesado. A oleosidade excessiva também pode contribuir para problemas como caspa, dermatite seborreica e foliculite do couro cabeludo.

Para controlar a oleosidade no couro cabeludo, é recomendado adotar uma rotina de cuidados adequada, que pode incluir:

– Lavar o cabelo regularmente com um xampu suave, projetado para cabelos oleosos.

– Evitar lavar o cabelo com água quente, pois isso pode estimular ainda mais a produção de óleo.

– Evitar o uso excessivo de produtos capilares, como condicionadores e cremes, especialmente na raiz do cabelo.

– Não coçar ou esfregar o couro cabeludo vigorosamente, pois isso pode estimular a produção de óleo e irritar a pele.

– Utilizar produtos capilares específicos para controlar a oleosidade, como xampus adstringentes ou com ingredientes reguladores de óleo.

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