Dermatologia das unhas (Onicologia)

A especialidade médica que se dedica ao estudo e tratamento das unhas é a Dermatologia. Dentro da Dermatologia, existem profissionais especializados em unhas, que podem lidar com uma variedade de condições e problemas específicos das unhas, como infecções fúngicas, alterações de cor, fragilidade, distrofias, tumores, entre outros. Dentre as minhas especialidades de formação, tive muita experiência com tratamento de onicoses. As unhas desempenham várias funções importantes, além de sua estética. Alterações nas unhas podem indicar a presença de problemas de saúde subjacentes e, portanto, é importante prestar atenção a essas mudanças.

As características normais das unhas podem variar ligeiramente de pessoa para pessoa, mas existem alguns aspectos gerais que são considerados saudáveis. Aqui estão algumas características normais das unhas:

  1. Coloração: As unhas geralmente têm uma coloração rosada, com uma linha branca na base conhecida como “meia-lua” ou lúnula. Variações sutis na coloração podem ocorrer, mas a presença de descoloração significativa, como manchas escuras ou amarelas, pode indicar problemas de saúde.
  2. Textura: As unhas normais têm uma superfície lisa e uniforme. Pequenas irregularidades são normais, mas grandes ondulações, sulcos profundos ou rugosidades podem indicar problemas subjacentes.
  3. Espessura: As unhas devem ter uma espessura consistente. Unhas excessivamente finas ou espessas podem ser um sinal de condições médicas subjacentes.
  4. Formato: As unhas devem ter uma forma arredondada ou levemente ovalada. Elas devem se estender além da ponta dos dedos, mas não ser excessivamente longas. Unhas com formato irregular ou deformações significativas podem indicar problemas.
  5. Resistência: As unhas devem ser fortes e resistentes. Elas não devem ser excessivamente quebradiças, frágeis ou se separar facilmente da pele.

É importante observar que pequenas variações nas características das unhas podem ser normais e individuais. No entanto, alterações significativas nas unhas, como mudanças de cor, textura, espessura, formato ou resistência, podem indicar a presença de problemas de saúde subjacentes ou condições dermatológicas específicas.

Para manter um bom cuidado com as unhas, aqui estão algumas práticas gerais que você pode seguir:

  1. Cuidado com as cutículas: não remova toda a cutícula, pois ela protege a unha contra danos de fora (faz uma película de proteção, evitando que bactérias/fungos/agentes irritativos entre na matriz na unha). Hidratar a pele é a melhor forma de ter um melhor cuidado sem a cutícula incomodar; conforme utiliza o hidratante específico a cutícula fica mais leve e você conseguirá retirar o excesso sem retirá-la. O ideal é apenas retirar o excesso com uma cureta; já que o alicate e a espátula podem machucar a matriz e o leito da unha. Alguns produtos que dissolvem as cutículas podem ser usados com parcimônia, visto que o excesso também pode machucar a matriz ungueal.
  2. Corte as unhas corretamente: Use um cortador de unhas limpo e afiado para aparar as unhas regularmente. Corte-as em linha reta e, em seguida, suavize as bordas com uma lixa de unha para evitar cantos afiados que possam causar lesões ou encravamento, principalmente nas unhas das mãos, cujo corte deve ser mais arredondado, protegendo as unhas de quebrarem no dia-a-dia. Lixar após o banho é o ideal já que as unhas ficam mais amolecidas nesse momento devido a água.
  3. Evite roer as unhas: Roer as unhas pode danificá-las e levar a infecções. Tente encontrar maneiras de evitar esse hábito.
  4. Hidrate as unhas e cutículas: Use um creme hidratante ou óleo específico para unhas e cutículas para mantê-las hidratadas e flexíveis. Isso ajuda a prevenir o ressecamento, a descamação e as cutículas excessivamente secas.
  5. Tenha cuidado com o uso de esmaltes: Evite o uso excessivo de esmaltes de unha e removedores de esmalte, pois eles podem conter substâncias químicas agressivas que ressecam as unhas. Evite lixar a superfície das unhas, principalmente se tiver com esmaltação. Quando o esmalte começar a descascar, retirar o excesso utilizando removedor de esmaltes (sem acetona) se conseguir ficar alguns dias sem esmaltação (2-3 dias) é o ideal, apesar de não termos estudos científicos sobre esse assunto, o melhor método é hidratar a unha e não remover de forma agressiva (com atrito ou acetona, que ressecam muito a lâmina ungueal).
  6. Evite o uso de objetos pontiagudos nas unhas: Evite usar as unhas como ferramentas para abrir embalagens ou realizar outras tarefas. O uso excessivo ou incorreto das unhas pode causar danos, quebras ou encravamento.

Unha encravada, também conhecida como onicocriptose, é uma condição em que a borda ou o canto da unha cresce para dentro da pele adjacente, em vez de crescer sobre ela. Geralmente ocorre nas unhas dos pés, afetando mais comumente o dedão.

A unha encravada pode causar desconforto, dor, vermelhidão e inflamação ao redor da área afetada. À medida que a unha penetra na pele, pode levar a uma ferida aberta, tornando-se suscetível a infecções bacterianas. A condição pode ser agravada pelo uso de calçados apertados, corte inadequado das unhas, trauma repetitivo na região ou características anatômicas, como unhas curvas.

Os sintomas comuns de unha encravada incluem dor ao toque (mesmo no toque mais leve), sensibilidade, inchaço, vermelhidão e pus na área afetada. Em casos mais graves, pode ocorrer sangramento, formação de crostas e formação de tecido de granulação e tumores de vasos (granulomas piogênicos).

O que fazer nos casos de encravamento da unha? Pode-se tentar um tratamento caseiro nas fases iniciais, no entanto, nunca postergar a ida ao dermatologista especialista em unhas. Aqui estão algumas dicas gerais que podem ajudar a aliviar a dor:

1.Tentar deixar a unha encravada mais amolecida: isso diminui a força que a unha faz na pele ao redor. Mergulhar o pé em água morna com sal (ou permanganato de potássio) por 15 minutos ao menos/dia. Tentar usar hidratantes locais (ureia, sulfadiazina de prata, vaselina sólida).

  1. Evitar ao máximo cortar a unha do encravamento: quando ela crescer ela vai entrar na pele novamente. O ideal seria deixar a unha crescer por cima da pele. O que alguns podólogos fazem é cortar o canto da unha que está encravando (espiculectomia), isso faz um alívio no momento, no entanto ela crescerá novamente e acabará encravando.
  1. Tentar usar chumaço de algodão para “elevar” a unha que está encravada: calçar e separar a unha e a pele – pode-se tentar com fio dental também. Isso auxilia na cicatrização da pele que foi machucada pela unha.

Em casos mais graves, resistentes ao tratamento ou recorrentes de unha encravada, é recomendado buscar atendimento com dermatologista especialista para avaliar a necessidade de uma cirurgia local ou não. Quanto mais tempo evolui, maiores as chances de uma cirurgia maior. A necessidade de uma cantoplastia ou matrissectomia com curetagem de leito, cauterização tem avaliação individual de cada caso. Alguns casos iniciais podem ser tratados com órteses e pequenos procedimentos quase sempre indolores.

A prevenção da unha encravada envolve o corte adequado das unhas dos pés, evitando cortá-las muito curtas ou em formato arredondado. É importante usar calçados confortáveis, que não comprimam os dedos, e manter os pés limpos e secos.

A síndrome das unhas frágeis, também conhecida como onicodistrofia, é uma condição na qual as unhas se tornam fracas, quebradiças, descamativas ou fissuradas. Essa condição pode afetar tanto as unhas das mãos quanto dos pés e pode ser causada por diferentes fatores.

Alguns dos principais sintomas da síndrome das unhas frágeis incluem:

  1. Fragilidade: As unhas se tornam quebradiças e se partem facilmente, mesmo com um pequeno trauma ou pressão.
  2. Descamação: As camadas da unha podem se separar, resultando em uma aparência descamativa e irregular. Isso pode incomodar pois pode enroscar nas roupas.
  3. Fissuras: Pequenas fissuras ou rachaduras podem ocorrer nas unhas, tornando-as mais suscetíveis a danos.
  4. Aparência opaca ou descolorida: As unhas podem perder o brilho natural e ficarem opacas ou apresentar mudanças de cor.
  5. Lentidão no crescimento: As unhas podem crescer mais lentamente do que o normal.

As causas da síndrome das unhas frágeis podem variar e incluem:

  1. Exposição frequente à água: A exposição prolongada à água, como lavar as mãos com muita frequência ou trabalhar em atividades que envolvem contato constante com a água, pode enfraquecer as unhas.
  2. Uso excessivo de produtos químicos: O contato frequente com produtos químicos, como detergentes, solventes (acetona) ou produtos de limpeza agressivos, pode danificar as unhas.
  3. Trauma repetitivo: O uso excessivo das unhas como ferramentas, como abrir embalagens ou coçar, pode causar danos e fragilidade nas unhas. O hábito de tirar frequentemente as cutículas pode ser um agente causador.
  4. Deficiência de nutrientes: Uma dieta pobre em nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e proteínas, pode afetar negativamente a saúde das unhas.
  5. Condições médicas subjacentes: Algumas condições médicas, como hipotireoidismo, anemia, psoríase ou síndrome do intestino irritável, podem estar associadas à síndrome das unhas frágeis.

O tratamento da síndrome das unhas frágeis envolve a adoção de medidas para fortalecer e proteger as unhas. Isso pode incluir:

– Evitar o uso frequente de esmaltes ou removedores de esmalte que contenham produtos químicos agressivos.

– Hidratar as unhas e cutículas regularmente com óleos ou cremes hidratantes específicos para unhas.

– Proteger as unhas ao realizar atividades que possam causar danos, usando luvas de proteção de algodão e por cima luvas de borracha.

– Consumir uma dieta equilibrada e nutritiva, rica em vitaminas, minerais e proteínas.

– Usar produtos fortalecedores de unhas, como bases endurecedoras ou suplementos específicos para unhas.

– Suplementos com biotina.

Se a síndrome das unhas frágeis requer avaliação dermatológica especializada e investigação individual.



A presença de fungos nas unhas é uma infecção fúngica que afeta as unhas dos dedos das mãos ou dos pés. Essa condição ocorre quando fungos que se alimentam de queratina, como dermatófitos, não-dermatófitos ou leveduras, invadem a unha e se multiplicam, levando a alterações na sua aparência e textura.

Normalmente a pessoa tem uma infecção fúngica nos pés e que pelo ambiente úmido e escuro o fungo se multiplica levando a colonizar a unha.

Os sintomas comuns da micose de unhas incluem:

  1. Alterações na aparência da unha: A unha pode ficar espessa, amarelada, opaca, quebradiça ou descolorida. À medida que a infecção avança, a unha pode se tornar deformada ou separar-se do leito ungueal. Pode apresentar uma “massinha” embaixo da unha, que chamamos de hiperceratose.
  2. Mudanças na textura: A superfície da unha pode ficar irregular, com sulcos, ondulações ou pequenas depressões. A unha também pode ficar quebradiça e se desfazer facilmente.
  3. Dor ou desconforto: Em alguns casos, a micose de unhas pode causar desconforto, sensibilidade ou dor ao toque.
  4. Odor desagradável: A infecção fúngica pode produzir um odor desagradável nas unhas afetadas.

A micose de unhas é causada pela exposição aos fungos que estão presentes em ambientes úmidos e quentes, como piscinas, chuveiros públicos, saunas e vestiários. Fatores de risco que aumentam a suscetibilidade à infecção incluem usar calçados apertados ou fechados, ter os pés constantemente úmidos, ter lesões nas unhas, ter má circulação sanguínea ou ter sistema imunológico enfraquecido.

O tratamento da micose de unhas pode ser desafiador e geralmente envolve a utilização de antifúngicos orais para controle, e pode demorar bastante tempo para ter uma resposta (no mínimo 4-6 meses para ter algum indício de resposta). Antifúngicos tópicos, como esmaltes ou cremes, podem ser aplicados diretamente nas unhas afetadas, mas possuem resultado de tratamento muito limitado. 

Além do tratamento medicamentoso, outras medidas que podem ajudar no controle da micose de unhas incluem:

  • Secar os pés antes de calçar os sapatos; manter unhas limpas, cortar corretamente as unhas.
  • Limpar os sapatos e não utilizar ele no dia seguinte, esperar o solado “secar”. Trocar meias diariamente.
  • Usar talcos ou sprays antifúngicos nos sapatos.
  • Evitar compartilhar utensílios de manicure/pedicure.

É importante procurar orientação de um dermatologista especialista para o diagnóstico correto e o tratamento adequado da micose de unhas, uma vez que outras condições podem ter sintomas semelhantes.

A paroníquia, também conhecida como panarício, é uma infecção da pele ao redor da unha, geralmente nos dedos das mãos. Essa condição pode afetar tanto a pele próxima à unha (paroníquia superficial) quanto os tecidos mais profundos, incluindo o leito ungueal e a matriz ungueal (paroníquia profunda).

A causa mais comum é retirar um excesso de cutícula e essa retirada gerar um machucado no local que é colonizado por algum agente etiológico (bactéria, vírus, fungo) gerando um abscesso no local.

Os sintomas comuns da paroníquia incluem:

  1. Vermelhidão e inchaço ao redor da unha.
  2. Dor e sensibilidade na área afetada.
  3. Calor localizado na região.
  4. Acúmulo de pus sob a pele (abscesso).
  5. Dificuldade em mover a articulação do dedo afetado.
  6. Alterações na aparência da unha, como deformação ou descolamento.

A paroníquia pode ser causada por diferentes fatores, incluindo:

  1. Infecção bacteriana: Bactérias, como estreptococos ou estafilococos, podem invadir a pele ao redor da unha, resultando em uma infecção.
  2. Infecção fúngica: Fungos, como Candida ou dermatófitos, podem causar paroníquia em algumas situações, especialmente em pessoas com imunidade comprometida ou exposição frequente à umidade.
  3. Trauma ou lesão: Lesões na pele ao redor da unha, como cortes, arranhões ou picadas, podem facilitar a entrada de bactérias ou fungos, levando à infecção.
  4. Manipulação excessiva das unhas: Roer as unhas, empurrar ou cortar as cutículas de forma inadequada pode danificar a pele e aumentar o risco de infecção.

O tratamento da paroníquia depende da gravidade e da causa subjacente da infecção. Em casos leves, medidas de cuidados pessoais podem ser suficientes, como a aplicação de compressas mornas na área afetada, manter a região limpa e seca, evitar o contato com irritantes ou alérgenos e evitar a manipulação excessiva das unhas.

Em casos mais graves ou persistentes, pode ser necessário o uso de antibióticos tópicos ou orais para tratar infecções bacterianas, ou antifúngicos tópicos ou orais para tratar infecções fúngicas. Em casos de abscessos, pode ser necessário realizar uma drenagem cirúrgica para remover o pus acumulado. É importante procurar um dermatologista especializado.

São verrugas que se desenvolvem ao redor das unhas, especificamente na pele que circunda as unhas dos dedos das mãos ou dos pés. Essas verrugas são causadas pelo vírus do papiloma humano (HPV).

As verrugas periungueais têm algumas características distintas em comparação com outras verrugas. Elas geralmente têm uma aparência irregular e áspera, podendo ser elevadas ou planas. Elas podem se desenvolver na área ao redor da unha, incluindo a cutícula, a pele adjacente ou até mesmo sob a unha. As verrugas periungueais podem causar desconforto, dor ou sensibilidade, especialmente quando pressionadas.

As verrugas virais periungueais são transmitidas pelo contato direto com a pele infectada pelo HPV. O vírus pode entrar no organismo através de pequenas lesões na pele ao redor das unhas. A infecção pelo HPV é mais comum em ambientes úmidos e quentes, como piscinas públicas, banheiros compartilhados e áreas de lazer.

O tratamento das verrugas virais periungueais pode variar e depende da gravidade e do desconforto causado pela verruga. Opções de tratamento incluem:

  1. Medicamentos tópicos: São aplicados diretamente na verruga para destruir o tecido afetado. Isso pode incluir ácido salicílico hiperconcentrado ou medicamentos que contenham ácido tricloroacético.
  2. Crioterapia: O congelamento da verruga usando nitrogênio líquido pode ser realizado para destruir o tecido infectado.
  3. Eletrocauterização: O uso de um instrumento médico aquecido (eletrocautério) pode ser empregado para queimar e remover a verruga.
  4. Excisão cirúrgica: Em casos mais graves ou resistentes, a remoção cirúrgica da verruga pode ser necessária.

É importante destacar que as verrugas periungueais normalmente são resistentes aos tratamentos e exigem múltiplas sessões de tratamento. Além disso, a prevenção é fundamental para evitar a propagação das verrugas e a reinfecção. Recomenda-se evitar o contato direto com verrugas, não compartilhar objetos pessoais, como cortadores de unha ou lixas, e manter as mãos e os pés limpos e secos.

Existem vários tumores que podem se desenvolver na região ao redor das unhas. Alguns dos  mais comuns, cito a seguir:

  1. Cisto epidermoide: É um cisto benigno que se forma a partir do bloqueio de uma glândula sebácea. Geralmente aparece como uma pequena protuberância na pele ao redor da unha.
  2. Cisto mucinoso: Também conhecido como cisto de glândula mucosa, é um cisto benigno que se origina da glândula mucosa. Pode aparecer como uma massa cheia de líquido transparente ou gelatinoso.
  3. Papiloma peringueal: É uma lesão benigna que se forma a partir do crescimento excessivo do tecido epitelial. Pode se apresentar como uma pequena protuberância ou verruga na pele ao redor da unha.
  4. Granuloma piogênico: É uma lesão benigna caracterizada por um crescimento vascular exuberante e rápido. Pode aparecer como um nódulo vermelho ou rosado que sangra facilmente.
  5. Fibroma peringueal: É um tumor benigno do tecido conjuntivo. Geralmente se apresenta como um nódulo firme e bem definido na região periungueal.
  6. Lipoma: É um tumor benigno composto por células de gordura. Pode surgir como um nódulo macio e móvel próximo à unha.

É importante ressaltar que o diagnóstico preciso dos tumores peringueais benignos requer avaliação dermatológica por especialista na área e, em alguns casos, exames complementares, como biópsia. O tratamento dos tumores peringueais benignos pode envolver a remoção cirúrgica da lesão, especialmente se ela estiver causando desconforto ou interferindo na função normal da unha. Em alguns casos, a observação cuidadosa pode ser recomendada se o tumor for assintomático e de pequeno tamanho.

Melanoníquia é um termo utilizado para descrever a presença de pigmentação escura nas unhas. Essa pigmentação pode variar em sua tonalidade, desde marrom ao preto, e pode afetar uma ou mais unhas. A melanoníquia pode ocorrer em diferentes formas e ter várias causas.

Existem dois tipos principais de melanoníquia:

  1. Melanoníquia longitudinal: a pigmentação escura aparece como uma linha ou faixa escura que se estende ao longo do comprimento da unha, da base até a ponta. A melanoníquia longitudinal é geralmente causada por um aumento da produção de melanócitos (células produtoras de pigmento) na matriz ungueal, que é a área onde a unha cresce.
  2. Melanoníquia difusa: pigmentação escura está espalhada de forma difusa por toda a unha, em vez de estar concentrada em uma linha. A melanoníquia difusa pode ser causada por um acúmulo anormal de melanina (pigmento responsável pela cor da pele, cabelo e unhas) nas células da unha.

Essa pigmentação surgem por algum motivo:

  • Aumento da produção de melanina na matriz. Isso pode acontecer por algumas doenças/fatores que seguem:
    • Infecção por fungo.
    • Batida/atrito/fricção na unha: trabalhadores que roçam as pontas dos dedos (lavadores).
    • Medicações: antibiótico (minociclina).
    • Predisposição genética.
    • Tumores da unha: benignos ou malignos.
  • Proliferação de melanócitos: as células que produzem melanina. Isso acontece nas pintas que podem ser benignas ou malignas.

As causas da melanoníquia podem variar e incluem:

– Melanoma subungueal: É uma forma rara de câncer de pele que se desenvolve nas células produtoras de pigmento da unha. O melanoma subungueal pode levar à pigmentação escura nas unhas, e pode estar acompanhado (mas nem sempre) de outros sinais, como aumento de espessura, alterações na forma da unha e sangramento. Alguns sinais de que a linha escura na unha pode ser uma lesão cancerígena são:

  1. Cor muito escura (linha preta)
  2. Listra larga;
  3. Pigmento na pele ao redor da cutícula.
  4. Evolução súbita.

– Trauma ou lesão: Um trauma na unha ou lesões repetidas podem levar à formação de pigmentação escura. Essas manchas geralmente são inofensivas e desaparecem conforme a unha cresce.

– Medicamentos e substâncias químicas: Certos medicamentos, como quimioterapia, podem causar alterações na pigmentação das unhas. Além disso, substâncias químicas presentes em produtos para unhas, como esmaltes, removedores de esmalte e produtos de manicure, podem levar à melanoníquia.

– Fatores genéticos e raciais: Em algumas pessoas, a pigmentação escura nas unhas pode ser uma característica hereditária ou resultado de fatores raciais e ter surgimento de uma “pinta” um nevo melanocítico na matriz da unha ou uma pigmentação maior da lâmina ungueal.

Quando é necessário realizar biópsia da unha? A biópsia na unha pode ser realizada quando há suspeita de uma condição ou lesão mais séria que requer investigação para identificar no anatomopatológico se é uma lesão maligna ou benigna, principalmente nos casos de melanoníquia ou eritroníquia. A biópsia da unha é um procedimento no qual uma pequena amostra de tecido da unha e eventualmente da matriz e do leito ungueal é coletada para análise em laboratório. A coleta da amostra pode ser realizada através de diferentes métodos, como uma biópsia por incisão, excisão ou uma biópsia por agulha.

É importante ressaltar que a decisão de realizar uma biópsia na unha é baseada na avaliação clínica e nas características específicas do caso. Se você suspeitar de uma condição preocupante ou notar mudanças persistentes na sua unha, é recomendado buscar avaliação médica com um dermatologista especialista.

Existem várias doenças de pele e cabelo que são doenças inflamatórias e podem afetar as unhas. Alguns exemplos incluem:

  1. Psoríase: A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que pode afetar as unhas em alguns casos. As unhas psoriáticas podem apresentar irregularidades, sulcos longitudinais, manchas vermelhas (salmão) ou manchas brancas, espessamento, descolamento, mudanças na cor e deformidades (pittings).
  2. Dermatite atópica: A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é uma doença inflamatória da pele caracterizada por coceira, vermelhidão e descamação. Embora as unhas não sejam afetadas com tanta frequência, algumas pessoas com dermatite atópica podem desenvolver alterações nas unhas, como sulcos, depressões e descolamento.
  3. Líquen plano: O líquen plano é uma doença inflamatória que pode afetar a pele, membranas mucosas e também as unhas. As alterações nas unhas podem incluir depressões, estrias longitudinais, descolamento, manchas brancas e mudanças na forma e cor.
  4. Dermatomiosite: A dermatomiosite é uma doença inflamatória que afeta os músculos e a pele. Pode causar inflamação nos vasos sanguíneos da pele e nas unhas, resultando em deformidades ungueais, descolamento, manchas vermelhas e dor.
  5. Pênfigo vulgar: O pênfigo vulgar é uma doença autoimune caracterizada pela formação de bolhas na pele e membranas mucosas. Embora as unhas não sejam frequentemente afetadas, podem ocorrer alterações, como descolamento, manchas esbranquiçadas e deformidades.
  6. Alopecia areata: algumas pessoas com alopecia areata possuem pittings ungueais característicos nas unhas.

Essas são apenas algumas das doenças inflamatórias que podem afetar as unhas. É importante consultar um dermatologista especialista na área para uma avaliação adequada se você notar alterações nas unhas, juntamente com outros sintomas de doenças de pele ou cabelo.

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